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Título:
OUTUBRO
Autor: Nei Duclós
Formato: ePub e Mobi.
Páginas: 266 Gênero: Poesia Publicação: Class, 2018
Esta é a primeira reedição de um livro
inesquecível, cultuado pelos seus leitores, e que deixou
marcas na vida de várias gerações. Três vetores poderosos
con-fluem para o lançamento de Outubro e sua permanência por
quatro décadas. O primeiro é o papel da professora Lygia
Averbuck como diretora do Instituto Estadual do Livro/RS,
quando, sintonizada com grandes pensadores e autores,
re-velou inúmeros autores inéditos. Os estudiosos e
contempo-râneos do período lembram que os originais eram
avaliados, produzidos e encaminhados para um regime de
coedição com as editoras locais. O cruzamento da política
inovadora do IEL-RS com a tradição da Editora A Nação foi o
impulso decisivo para que Outubro acontecesse.
O segundo vetor é a mobilização de toda uma
geração para a fermentação cultural, um movimento ainda
pouco estudado mas que teve forte presença na literatura, na
música, no teatro, nas artes visuais e gráficas. A sintonia
entre autores e artistas gerou projetos comuns, dos quais
Outubro é um dos mais significativos. Alguns poemas deste
livro viraram canções de vários compositores, como Mutuca
Weyrauch, Bebeto Alves, Cláudio Levitan e Raul Elwanger,
ajudando a disseminar e perpetuar sua mística. A sonoridade
da palavra se sintonizou com a criação musical da geração
que estava dando seu recado.
O movimento cultural da época incluía a
grande revelação literária, Caio Fernando Abreu, que foi um
dos avaliadores de Outubro para o IEL. E também o múltiplo
talento de Cláudio Levitan, idealizador do livro, autor das
preciosas ilustrações e da capa solar, e da apresentação na
orelha. Somava-se a eles o jornalista cultural Juarez
Fonseca, que se encarregou da diagramação e foi fundamental
para a realização da obra. Ida Lobato Duclós participou da
edição do livro, na seleção e or-ganização dos poemas. Foi
um projeto coletivo numa estrutu-ra original, de romance,
com seus capítulos bem específicos: a luz da chegada, a
presença dos amigos, a força dos poemas, os impactos da dor,
o resgate da infância, as trilhas do amor, o nonsense do
humor.
O terceiro vetor é do próprio autor, exemplar
de uma reação poética ao engessamento do poema, que dominava
o clima na literatura. O livro resgatava, junto a outros
autores, a voz e a contundência das ruas, a sonoridade e a
harmonia dos versos, o preparo de uma linguagem clara e
profunda. Tudo isso deu a Outubro um perfil definitivo,
destacando-o entre os livros que marcaram seu tempo e hoje
continua como referência de uma obra que transcende as
datas, já que tirou passaporte para a eternidade. Outubro
veio para ficar.
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