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Título: sombra silêncio
Autor: Roberto Schmitt-Prym
Capa: Pintura de Elizethe Borghetti


Dimensões: 14 x 21 cm
Páginas: 112
Gênero: Poesia
Publicação: Casa Verde, 2018


A poesia de Schmitt-Prym é, sobretudo, plástica. Uma arte plástica, como diria Décio Pignatari. Se ocupa de juntar retalhos e compor um novo tecido. Certamente, bebe nas fontes que adoçam a imaginação com rupturas e cerzimentos em sequência. Se não dá asas às metáforas, não as impede de voar. Aliás, não são exatamente as asas que fazem uma ave voar. As emas não voam. Avestruzes não voam. Posso dizer (sem medo de errar) que ele bebe nas melhores fontes. Mas também posso afirmar que traz essas fontes com muita convicção para dentro do poema. Arremessa suas labaredas na estrutura dos versos e vai construindo um diálogo entre o que vê, o que lê, o que sente e o que explode de dentro pra fora e de fora pra dentro. Logicamente, assumindo desta forma mais uma frase de Pignatari: “a poesia é uma aventura. Mas é uma aventura planejada”. Enfim, uma poesia de imagens sobrepostas.

Lau Siqueira

sombra silêncio, de Roberto Schmitt-Prym, afirma a nossa fragilidade diante da passagem das horas e aponta a arte como uma das saídas para essa condição, na medida em que o desconcertante, assustador e inconcebível da vida só pode ser ordenado ao receber forma, como assinala Baumgart. Nesse sentido, pressentindo a “longa sombra que se move lentamente no campo” e anuncia que “a noite vem”, o poeta convida-nos a contemplar um universo poético tecido pelo tempo, pela memória e pela investida de organizar o caos, através da captação sensível da sombra, do silêncio e das cores que nos compõem e recompõem.

Cinara Ferreira

Roberto Schmitt-Prym é um desses escritores-editores em relacionamento sério e divertido com a arte. Entretanto, aqui ele não será considerado nem como escritor, nem como editor, ainda que esses modos de ser estejam todos interligados em sua pessoa. Diante de sombra silêncio, seu primeiro conjunto de poemas, não me resta, felizmente outra escolha senão reconhecer o poeta Roberto Schmitt-Prym e seu compromisso com a hermenáutica do poema. O poeta sem mais nenhum atributo. E o poema, encarado como ser de linguagem que menos captura o leitor do que se esquiva de seu apetite por sentidos determinados, se define em forma de disputa vertiginosa de elisões e elipses. Em constante deriva de sentidos, a poesia de Schmitt-Prym negaceia qualquer acordo que permita ao leitor a recepção convencional.

Ronald Augusto